História de Dracena

por Interlegis — última modificação 09/06/2025 11h20

Dracena foi fundada por Írio Spinardi que junto com João Vendramini, Virgílio e Florêncio Fioravante, em 8 de dezembro de 1945, dia em que se concluiu a construção do primeiro rancho, de pau-a-pique, coberto com folhas de coqueiro, destinado a servir de habitação à primeira família que aqui fixou residência.

O município de Dracena foi criado pela Lei Estadual n.º 233, de 24 de dezembro de 1948, por intermédio de um projeto de Lei apresentado pelo então Deputado Estadual Dr. Ulisses Guimarães e foi instalado em 04 de abril de 1949, com a posse do primeiro Prefeito Municipal, Sr. Írio Spinardi e da primeira câmara de Vereadores tendo como seu primeiro Presidente o Vereador Messias Ferreira da Palma.


DISCURSO DO VEREADOR JOSÉ ROBERTO ZARZUR SESSÃO SOLENE EM 04.04.91. (Comemoração da Emancipação Política do Município)


Na década de 40, a Zona da Mata foi invadida por desbravadores que tinham como objetivo primacial, fundar povoados, vilarejos, formar propriedades agrícolas, dando à região um novo visual. Em 1945, Írio Spinardi, Virgílio Fioravante e João Vendramini, adquiriram do Senhor Manoel Miguel do Nascimento uma área de matas virgens, situada na Zona da Mata, situada em lugar privilegiado, passagem obrigatória de Estada de Ferro. Em outubro de 1945, estes homens iniciaram com grande entusiasmo, trabalho de construção de uma cidade. No dia 08 de dezembro do mesmo ano; no local onde hoje está implantada a Praça Central "Arthur Pagnozzi"- Írio Spinardi, com a voz embargada pela emoção dava por fundada a cidade de Dracena, nome sugerido pelo jornalista Jacob David Neto. A data foi escolhida propositadamente por ser santificada, consagrada à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e daquele dia em diante, também Padroeira de Dracena. Na Zona da Mata, região oeste de São Paulo, outras povoações também foram fundadas: Atlântida, Irapuru, Adamantina, Junqueirópolis, Tabajara, Gracianópolis, hoje Tupi Paulista e outras. A concorrência para a sobrevivência dessas povoações foi uma verdadeira luta de titãs. Foram utilizados todos os meios e armas disponíveis para a legalização dos novos Municípios. Dracena, contando com o dinamismo e astúcia dos seus fundadores e da população que aqui morava, buscou apoio político na Capital do Estado, encontrando nas pessoas dos ilustres Deputados Estaduais Ulysses Guimarães e Cunha Bueno, o respaldo necessário para conquistar o seu sonho de tornar-se Município. Estes dois parlamentares enviaram todos os esforços no sentido de que isso se tornasse realidade. A Assembléia Legislativa marcou a data para a votação do Projeto que criava os novos municípios. Para a alegria de todos os dracenenses, a nossa cidade estava incluída entre as que mereceriam apreciação por parte dos Senhores Deputados Estaduais. Conta Írio Spinardi, que quando faltavam dois dias para a votação do Projeto, encontrava-se na Assembléia Legislativa quando foi procurado por Ulysses Guimarães, que preocupado lhe dizia: Írio, esquecemos de colher as quatrocentas assinaturas, com firmas reconhecidas, necessárias para que o Projeto possa ser discutido e votado. Naquele mesmo dia, Írio retornou de avião para Dracena, imediatamente reuniu os seus companheiros de luta, contou-lhes o que estava acontecendo, trocaram idéias, estabeleceram o que precisava ser feito e saíram cada um para o seu canto, com a finalidade de colher as assinaturas dos dracenenses, que foram entregues ao Írio Spinardi na manhã do dia em que o Projeto seria votado. De posse das assinaturas, rumou para a cidade de Lucélia para que as mesmas tivessem as firmas reconhecidas. Às 15:30 horas do mesmo dia, na Assembléia Legislativa, Írio Spinardi entregava o fabuloso material aos parlamentares Ulysses Guimarães e Cunha Bueno. A votação foi por ordem alfabética e para gáudio e alegria de toda a população dracenense, a matéria foi aprovada. A Assembléia Legislativa de São Paulo autorizava a criação do Município de Dracena. Faltava agora, o Governador do Estado, Senhor Adhemar de Barros, que era do PSP, sancionar a Lei aprovada pela Assembléia Legislativa. Um dia o Írio foi chamado para comparecer no Palácio dos Campos Elíseos, onde o Governador o esperava para lhe fazer um comunicado: Írio você é do PSD, quer que eu sancione a Lei que cria o Município de Dracena, mas eu vou lhe dizer uma coisa: só vou sancionar a Lei em Dezembro como presente de Natal e somente para os municípios que forem do PSP, todos os do PSD, eu vou vetar. Írio quase veio a desfalecer. Depois de muita discussão, resolveu aceitar o convite do Governador para ingressar no PSP, em troca de ser Dracena elevada a categoria de Município. Írio teve ainda que aceitar um pedido do Governador, o de ser candidato a Prefeito pelo PSP. No dia 24 de dezembro de 1948, no período noturno um alto-falante era instalado num jipe e transmitia a programação de uma Emissora de Rádio de São Paulo. A população aflita aguardava o pronunciamento do Governador, conforme prometera, à meia noite o Chefe do Estado, Adhemar de Barros falava aos Dracenenses, que ele estava sancionando a Lei que criava o Município de Dracena, como um presente de Natal a todos os seus moradores. A Lei n º 233, de 24 de dezembro de 1948, sacramentava a Emancipação Político-Administrativa do nosso Município. Em 04 de abril de 1949, dava-se a sua instalação. Nesse dia tomaram posse os 13 Vereadores, democraticamente eleitos pelo povo, tendo como seu primeiro Presidente, o Senhor Messias Ferreira da Palma, que empossou como 1º Prefeito de Dracena, o seu fundador, Senhor Írio Spinardi. Graças ao povo ordeiro, dedicado e trabalhador, que aqui fixaram residência, Dracena rapidamente alcançou um ritmo acelerado de crescimento e prosperidade, conquistado por isso a alcunha de "Cidade Milagre". A data de 04 de abril, passou a ter um outro significado importante na vida da população e também de nossa cidade. É que nesta data no ano de 1990, entrava em vigor a "LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO", aprovada e assinada por todos os Vereadores eleitos em 15 de novembro de 1988 e autorizados pelo voto popular a elaborarem pela primeira vez na história do país, uma Lei Municipal. Nesta oportunidade portanto, quando se comemora a autonomia política do nosso Município, devemos reverenciar todos aqueles que passaram ao primeiro plano da história de Dracena, tão importantes que hoje já fazem parte do acervo de lembranças que cultuamos com todo o respeito e admiração, denominando Praças, Ruas, Avenidas, Logradouros Públicos, Escolas, etc. Por fim, necessário se faz, prestarmos nossa eterna gratidão aos homens públicos, Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores, que ao longo dos anos, cada qual à sua maneira e de acordo com as dificuldades de cada época, colocaram os seus serviços e capacidade político administrativa à disposição da comunidade dracenense. 

01º Prédio da Câmara

 

02º Prédio da Câmara